Paralisia da análise = planejamento improdutivo.
Às vezes, quando estamos planejando algo ou analisando uma situação em nossa mente, na verdade estamos preocupados e repetindo o mesmo pensamento repetidamente. Estamos tentando legitimar a preocupação, rotulando-a de “planejamento” e fingindo que é produtiva, mas não é.
Pessoalmente, acho que boa parte do meu planejamento mental é besteira. É repetitivo e inútil.
Não estou agindo ou tomando uma decisão que me ajude a avançar as coisas. Em vez disso, estou perdendo tempo analisando uma situação ou debatendo entre duas opções repetidas vezes. Claro, pode ser útil refletir e deixar a resposta surgir. Mas quando eu realmente recuo e observo meu diálogo interno, na maioria das vezes esses pensamentos de “planejamento” não são úteis.
A análise pode ser uma forma de preocupação ou medo.
Há momentos em que a análise lhe serve bem. Outras vezes, é uma perda de tempo e você só precisa parar de adivinhar a si mesmo e tomar uma decisão.
Ou então não tomar uma decisão, mas decidir suspendê-la para parar de pensar demais nela.
A questão mais profunda é o medo.
Muitas vezes, quando estamos analisando demais algo, é porque temos medo de cometer um erro, escolher uma opção abaixo do ideal ou errar. Talvez estejamos tentando ser perfeitos e colocando muita pressão sobre nós mesmos. Talvez estejamos tentando justificar uma decisão que parece errada, porque é o que devemos “fazer”. Todos esses problemas estão enraizados no medo.
Desmascarar o medo e avançar para o planejamento produtivo.
Quando percebemos todo o “planejamento” e “análise” que fazemos que não ajudam e que na verdade estavam disfarçados de preocupação ou medo, existem alguns aspectos que são bem frequentes.
Sua análise ou planejamento é improdutivo? Veja se ele se enquadra em qualquer uma destas categorias:
1) Repetitivo.
Se você está analisando a mesma situação repetidamente, como se estivesse acelerando um carro preso na lama, isso é um bom sinal de que é hora de parar de analisar essa situação específica. Dar um tempo. Desvie sua atenção para algo no momento presente, como a o movimento da respiração subindo e descendo no seu peito enquanto inspira e expira. Ou a risada do seu filho ou o latido feliz do seu cachorro. Concentre-se em algo pelo qual você é grato.
2) Prematuro.
Às vezes, ainda não é hora de tomar uma decisão.
Quando sua mente passa um tempo analisando uma situação em que ainda não é hora de tomar essa decisão. Freqüentemente, pulamos na frente e desperdiçamos energia mental tentando planejar um resultado ou antecipar uma situação futura quando ainda não temos informações suficientes ou sabemos que certas etapas devem ocorrer primeiro. Nesses casos, esse planejamento ou análise prematuro não é útil. É uma forma de preocupação.
3) Armadilha.
Se você se encontra pensando em todas as coisas que podem dar errado e justifica isso como produtivo porque está procurando problemas a serem evitados…
Poderia ser apenas uma preocupação disfarçada. Sim, é útil observar a curva e calcular o que pode dar errado, mas focar demais nisso é contraproducente. Este pode ser o seu viés de negatividade acionado, (todos nós temos e isto é um viés cognitivo em que mais atenção e importância são colocadas sobre as experiências e informações negativas) mais uma vez uma forma de preocupação, não de planejamento produtivo.
Você está ruminando: Existe uma linha tênue entre antecipar o que pode dar errado de uma maneira útil e se preocupar desnecessariamente. Mas se você prestar atenção, poderá sentir quando cruza essa linha (confie em mim, é mais frequente do que você pensa!)
4) Vício em fazer/resolver coisas.
Se você se pega o tempo todo refletindo sobre o que fazer sem fazer nada. Planejando, ruminando, pensando e analisando … sem agir. “Caramba, eu não posso nem olhar em volta da minha casa sem ver as coisas por fazer em todos os lugares que eu viro.”
Essa tendência ao estado mental de constante resolução de pendências pode ser uma forma sutil ou disfarçada de ansiedade ou preocupação.
Quando se sentam para meditar e acalmar a mente, muitas pessoas começam a pensar em todas as coisas que precisam fazer. É como se sua lista de tarefas estivesse piscando em neon de forma repetida em sua mente e nunca fosse desligada.
Isso além de não ser útil, nos desgasta por que não podemos agir sobre aquele pensamento no momento. Quando isso ocorre durante a prática de meditação, podemos ver claramente como uma fuga da mente, uma maneira de ficar “enrolando” ou enchendo lingüiça para não ter que focar e prestar atenção.